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29 de janeiro de 2016

A 'visão científica do mundo'

Quando somos confrontados com o assunto do cosmos e galáxias, uma questão que atormenta a maior parte dos humanos é: Onde é que estão as outras Terras e qual a nossa relação com a pluralidade de mundos? 
Essa visão está fortemente alicerçada nos princípios da astronomia, parte do pressuposto de que é impossível conhecer objetivamente nosso mundo tal como ele é na realidade de forma isolada (afinal não estamos sozinhos e isso faz toda uma diferença), e por isso, é vital e imprescindível os esforços para atingir o universo e lidar com a sua complexidade em todos os seus níveis.


Os defensores dessa crença reconhecem que existem uma enorme variedade de planetas, potencialmente habitável (com condições parecidas de temperatura, que possuem água líquida e que foi desenvolvida vida inteligente similar à da Terra) estima-se um total de 100 bilhões de bilhões de planetas similares à Terra e se isso for verdade, cada grão de areia representaria um planeta com vida, segundo um recente estudo da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América - PNAS.

A grande questão é: No que as nossas vidas seriam beneficiadas com esse conhecimento? Quais as implicações práticas para a nossa humanidade da pluralidade dos mundos?  É bom lembrar que várias gerações de pessoas viveram plenamente sem esse conhecimento, considerado crucial, antes da invenção da escrita, ocorrida, aproximadamente em 5000 a.c.. Não estamos falando aqui da raça humana colonizar outros planetas. Esse é outro assunto e que alguns cientistas estudam essa opção como uma alternativa (supondo que a humanidade destrua a si própria) e seria a nossa última esperança de sobrevivência em meio ao mundo cada vez mais caótico que vivemos com armas de destruição em massa. Concordo que do jeito que as coisas andam pensar em nos transferir para outro planeta passa a ser uma questão urgente mais do que nunca. Agora quando o assunto é vida inteligente lá fora acho até mais razoável procurar vida inteligente no mundo subaquático que ainda não foram catalogados todas as formas de vida. Mas, como disse antes não podemos misturar assuntos distintos: vida inteligente fora do planeta Terra existência e colonização de outros planetas pela raça humana, pois são assuntos distintos. Ocorre que os cientistas não conseguem dissociar uma coisa da outra aí consiste o erro.

Há uma probabilidade matemática de que, entre os trilhões de estrelas nos bilhões de galáxias, existam milhões de planetas análogos em idade e com proximidade a uma estrela como a do nosso sol. É verdade que, até bem recentemente [janeiro de 1996], não tinha havido nenhuma prova observacional significativa nem mesmo de que existisse algum planeta fora do nosso sistema solar. Apesar disso, o fato concreto é que nossa parte do universo foi criada de uma forma completamente singular quando comparamos ao já se pôde descobrir, e quanto mais nosso conhecimento aumenta mais constatamos que realmente somos especiais, basta enxergar os fatos. Sendo assim, devem existir planetas, e luas, e asteróides, etc., em todas as galáxias e ao redor de muitas das estrelas nessas galáxias. Logo, parece alta a probabilidade de que haja vida em algum outro lugar do universo, embora seja possível que sejamos únicos, no mínimo já temos elementos suficientes para concluir que somos especiais diante de uma imensidão sem vida alguma, nem sequer a bactéria mais resistente sobreviver no espaço cósmico e dos milhares de planetas conhecidos estar provado não existir vida, a doutrina da pluralidade de mundos tem arrebanhado uma legião de fiéis comprometidos em enraizar seus conceitos e libertar as pessoas das amarras da ignorância.  


Não devemos nos esquecer, no entanto, de que a estrela mais próxima (além do nosso sol) está tão distante da Terra que viajar entre as duas levaria mais tempo que toda uma vida humana. O fato de que nosso sol leve cerca de 200 milhões de anos para dar uma volta na Via Láctea, dá uma ideia da perspectiva que temos que ter das viagens interestelares. Estamos a 500 segundos-luz do sol. A próxima estrela em proximidade da Terra está a 4,3 anos-luz. Isso pode parecer próximo, mas na verdade é algo como 40 trilhões de km de distância. Mesmo viajando a 1,6 milhões de km/h, seriam precisos mais de 2.500 anos para se chegar lá. Para se fazer isso em cinqüenta anos, seria preciso viajar a mais de 1,6 bilhões de km/h por toda a viagem. E ainda gastamos grande parte do nosso tempo escasso a divagar, conjecturar, dedicar toda uma vida em detrimento de outros assuntos muitos mais importantes, anseios e problemas reais presentes em nossa família, sociedade e mundo.

A correlação entre x(universo infinito) e y(outras formas de vida) não é uma condição suficiente para a crença racional de que x causa y. Mesmo uma correlação estatisticamente significativa entre x e y não é uma condição suficiente para uma crença racional numa correlação causal, muito menos para a crença de que x causa y. Correlação não prova causalidade. Embora não prove, a correlação é extremamente atraente para os defensores da "metodologia científica explica tudo". O pressuposto de que "o macroscópico é complexo" e tão ou mais importante ao ponto de merecer ser estudado independentemente de qualquer resultado concreto para a humanidade e de que as coisas vistas e vividas no "cotidiano terreno é simplista" e por isso insuficiente, decorrem, entre outras coisas, essa abordagem da realidade.

Quero deixar claro que não sou contra aos programas de exploração espacial e jornadas inter-galácticas, muito pelo contrário, porém tenho algumas objeções. O conceito de viagem espacial precisa ser estudado com muito cuidado haja vista que alguns metidos a sabetudos o distorcem visando a segregação total da ciência de Deus como se fossem antagônicos. Não há como nega que existe uma tensão inerente entre nossa ambição espacial e antes de tudo humana de indepedência e os princípios imutáveis da palavra de Deus. Por mais absurdo que pareça, a ciência (incluindo as viagens espaciais) e a palavra de Deus andam juntas desde que o homem aprendeu a utilizá-la a seu favor.

Ao conversar sobre este assunto imediatamente é levantado comparativos entre as doutrinas da Criação versus as doutrinas da evolução. Faz parte dessa perspectiva também a atitude ou-ou, que, de acordo com a lógica, classifica os objetos, não permitindo que um mesmo objeto pertença a duas categorias diferentes, numa espécie de jogo "escolha uma e ignore totalmente a outra". Estaria a doutrina da evolução totalmente errada e vice-versa que nada possa ser aproveitado? Dessa forma criam-se os especialistas, aqueles que tem um acesso privilegiado ao conhecimento, estabelecendo-se uma hierarquia do saber. E se uma complementasse a outra? 

Veja bem, tende por um momento considerar a ciência como sendo um dos instrumentos da humanidade que elucida e explica a obra de Deus e não é seu intuito desfazê-la ou contrariá-la. Essas duas esferas do cosmos humano coexistem de forma impressionante e o simples fato de elas interagirem, não significa que temos que ser ateus ou agnósticos para ser um bom cientista. Aliás, esse é outro assunto também, o melhor perfil nesse caso se encaixaria num estudioso e eterno aprendiz, coisa totalmente diferente do pregado atualmente por essas mentes brilhantes, avarentos, egocêntricos e cheios de si.

A ideia de vários planetas, alguns dos quais potencialmente habitados; múltiplas versões da realidade; desvinculação do tempo e espaço; da noção de inconsciente (o que inclui a freudiana); dos estudos de física subatômica (onde se encontram as forças que compõem todo o universo) passando por formas de vida alienígenas e sem considerar o ponto de vista do observador ou um grupo de observadores constituem as crenças mais básicas da doutrina da pluralidade dos mundos, que tem como representantes cientistas, pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. O fato de que uma pessoa tenha P.H.D, seja agradável e decente, e que não tenha nada a ganhar mentindo, não a torna imune a errar na interpretação de suas percepções. Ligados a esse pressuposto estão a crença na indeterminação - com a consequente imprevisibilidade dos fenômenos.

Essa é mais uma teoria reducionista que afirma de que tudo que existe é feito de um o determinado número de fenômenos e substâncias básicas que se comportam de forma regular. Estamos vivendo na era do "reducionismo científico" que tem sido usado para descrever a ideia de que todos os fenômenos podem ser reduzidos a explicações científicas. Herdado dos filósofos da Revolução Científica do século XVII, como Isaacr Newton e outros. Esse paradigma também leva à separação dos fenômenos: os físicos dos biológicos, estes dos psicológicos, dos culturais, etc., numa atitude de atomização científica. 

Seria a ciência o novo deus da nossa geração? O oráculo e dono das respostas aos questionamentos mais melindrosos da humanidade? Vejamos...

Ciência é, antes de mais nada, um conjunto de métodos lógicos e empíricos que permitem a observação sistemática de fenômenos empíricos, a fim de compreendê-los. Leva o cientista a estudar os fenômenos em laboratório, onde pode variar os fatores um de cada vez, exercendo controle sobre as outras variáveis. Assim, ele provoca a natureza para que explicite, sem ambiguidade, as leis a que está submetida, confirmando ou não suas hipóteses. Devido ao conhecimento do cosmos e aos avanços tecnológicos e da ciência estaria nossa geração vivenciando o ponto mais importante de todos os períodos históricos anteriores da humanidade?

Está mais do que claro que a racionalidade científica, como exposto, não oferece parâmetros suficientes para elucidar questões triviais quem dirá para salvar a humanidade. A 'visão científica do mundo' transformou-se num sistema de crenças. Para ela a realidade é apenas material ou física. 
Está claro que a ciência deve ser desenvolvida de forma interdisciplinar com outros conhecimentos, como por exemplo, biologia, medicina e ciências humanas. Isto se deve em grande parte à limitação do método científico. Resumindo: a ciência procura estudar o universo para conhecê-lo ou saber como funciona ao custo de toda uma geração achando que com isso tornará o nosso mundo, planeta Terra melhor. Será que conseguirá cumprir esse objetivo?


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